Imagine que você tem um amigo que está sempre disponível para ajudar com suas tarefas diárias, responder suas perguntas e dar conselhos. Esse amigo conhece muito bem você, sabe quais são seus horários preferidos para acordar, dormir e se alimentar, além das suas comidas favoritas e hábitos pessoais, como trajetos e locais mais frequentados. Esse tipo de ‘amigo’ é, na verdade, uma tecnologia avançada: a Inteligência Artificial (IA). Ela aprende sobre suas preferências e rotinas para oferecer a melhor ajuda possível. Sem que você perceba, essa IA já faz parte da sua vida por meio do seu smartphone, reunindo dados sobre pagamentos, localizações e até sugerindo caminhos mais rápidos ou meios de transporte mais eficientes. Isso é especialmente importante quando falamos em mobilidade, onde a IA otimiza nossos deslocamentos diários, economizando tempo e energia.
E não para por aí. Esse “amigo” não só te ajuda a organizar suas rotinas, mas também te conhece tão bem que prevê as suas necessidades antes mesmo que você as perceba. Está prestes a sair de casa e, de repente, ele te avisa: “Ei, que tal pegar um guarda-chuva? Vai chover daqui a uma hora!” Ou talvez, quando você entra no carro, ele já tenha planejado a melhor rota para o trabalho, evitando o trânsito caótico daquela segunda-feira. Esse é o poder da IA em ação: ela não só responde ao que você pede, mas antecipa suas necessidades, usando dados em tempo real. E tudo isso foi possível porque, ao longo do tempo em que vocês estiveram “juntos”, ela foi aprendendo com suas rotinas e interações. Combinando informações sobre clima, trânsito e até a sua agenda, a IA transforma seu smartphone em um verdadeiro assistente pessoal.
E falando em assistente pessoal, já parou para pensar que aquela voz simpática que te lembra dos compromissos ou toca sua playlist favorita também é uma inteligência artificial? Assistentes virtuais, como a Siri ou o Google Assistente, utilizam IA para interpretar suas solicitações e realizar uma série de tarefas, desde as mais simples, como mandar mensagens, até as mais complexas, como controlar dispositivos em sua casa. Esses “ajudantes digitais” estão se tornando cada vez mais inteligentes, aprendendo não só o que você gosta, mas também como você prefere se comunicar. Afinal, o que pode ser mais prático do que falar com o seu telefone como se ele fosse um verdadeiro amigo, que entende suas necessidades?
Além disso, a IA não trabalha sozinha. Ela conta com a ajuda de milhares de motoristas que estão na rua todos os dias, coletando informações em tempo real. Cada vez que alguém usa um app de transporte, como o Uber ou o 99, o trajeto percorrido, o tempo gasto e as condições do trânsito são enviados para uma central de dados. Esses dados são processados pela IA, que aprende e se ajusta constantemente. Isso significa que, a cada nova viagem, os algoritmos ficam mais precisos, otimizando rotas e prevendo com maior acuracidade o tempo de chegada. Assim, enquanto você está a caminho de casa, a IA está aprendendo com todas as viagens que estão acontecendo naquele momento, melhorando o serviço para todos e tornando os trajetos mais rápidos e eficientes.
E a inteligência artificial também faz parte de outros aspectos do nosso dia a dia, como nos apps de delivery, como o iFood. Além de facilitarem a escolha da sua refeição, esses aplicativos estão sempre prontos para sugerir opções baseadas nos seus hábitos de
consumo. Se você costuma pedir sushi nas sextas-feiras ou pizza no fim de semana, a IA rapidamente percebe e faz essas recomendações na hora certa. Mas não é só isso: alguns desses aplicativos estão se tornando verdadeiros aliados da sua saúde. Ao aprender sobre suas escolhas alimentares, eles podem sugerir opções mais saudáveis ou balanceadas, ajudando você a melhorar sua dieta no dia a dia. Assim, a IA se integra à sua rotina de forma discreta, até mesmo incentivando hábitos mais saudáveis, como trocar aquela sobremesa por algo mais nutritivo.
Com o tempo, a IA vai se tornar ainda mais personalizada, chegando ao ponto em que muitas decisões do dia a dia já estarão moldadas aos nossos gostos e preferências. Imagine um futuro em que você nem precise se preocupar em escolher o que pedir para o jantar, que caminho tomar ou até que tipo de conteúdo assistir — tudo será sugerido de forma tão precisa que você ganhará horas preciosas. Isso não significa que estaremos perdendo autonomia, mas sim que a IA estará otimizando o nosso tempo, permitindo que foquemos no que realmente importa: passar mais tempo com as pessoas que amamos, perseguir nossos objetivos e aproveitar a vida, sem perder energia com pequenas escolhas cotidianas. A tecnologia estará ali como uma parceira, facilitando a vida e deixando espaço para o que é mais valioso.
Rômulo Alfredo Cordeiro de Almeida
Arquiteto de Tecnologias Infotec Brasil